Transição Energética em Portugal

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Uma coisa que foi boa, este Inverno é que tivemos temperaturas acima da média , fosse um Inverno frio ao estilo de 2005 e aí logo víamos a malta a saltar de contente com os apagões.

O problema de Portugal é que começa sempre pelo telhado, sem ter os alicerces feitos. :lol:
 
Última edição:
Como se fala na nuclear por aqui só deixar uma achega.
Entrou em produção o novo reactor Finlandês sistema EPR.
Sistema de última geração que sofreu muitos atrasos e acabou por ficar muito caro.
Estas centrais são bastante seguras com muita redundância de segurança.
O reactor está "fechado" em 3 mts de cimento e a turbina não fica radioctiva devido ao uso de permutadores..
Apesar dos muitos problemas na sua construção a EDF já está a avançar na sua construção.
Os resíduos nucleares são minimos devido à reciclagem do próprio reactor.

Quanto ao carvão, as duas centrais hidroeléctricas mais pontentes alto Lindoso (630mwh) e Frades II (770mwh) não produzem tanto como Sines e Pego.

E agora é só pensar porque estão Alto Rabagão e Alto Lindoso secos..
Já tinha lido sobre esse reator, a Finlândia de facto à frente, não vai mesmo precisar de energia fóssil mais na vida...

Claro que esse projeto megalómano demorou uns 15 anos a fazer, com atrasos e muitos milhares de milhões de euros (equivalente a 10 bn USD).
Percebo que digam que a energia nuclear já não é viável em Portugal pela demora na construção (~10 anos), contudo, que opções a médio prazo temos? Armazenamento de energia em baterias é uma opção, mas é uma indústria ainda a dar os primeiros passos.

De acordo com este artigo, uma bateria de 4-6 horas custará 198 USD/kWh em 2030, 149 USD/kWh em 2050, com uma projeção média. Portugal tem um consumo diário à voltar de 150 GWh. Várias baterias que totalizassem 10 GWh custariam quase 2 mil milhões USD em 2030, 1.5 mil milhões USD em 2050. Contudo, em anos de seca como é que temos energia extra de renováveis para preencher as baterias?
 
Claro que esse projeto megalómano demorou uns 15 anos a fazer, com atrasos e muitos milhares de milhões de euros (equivalente a 10 bn USD).
Percebo que digam que a energia nuclear já não é viável em Portugal pela demora na construção (~10 anos), contudo, que opções a médio prazo temos? Armazenamento de energia em baterias é uma opção, mas é uma indústria ainda a dar os primeiros passos.
O problema do nuclear não é só o tempo que demora a ser construído é também a sua integração num sistema elétrico com grande capacidade instalada de renovável intermitente.
O nuclear quando começa a produzir não pode parar a não ser para manutenção (é não despachável), o que torna pouco compatível com um sistema elétrico que pode muitas vezes ter excedente renovável.
O capex e o tempo de construção são de tal forma elevado que o payback pode ficar em mais de 20 anos, ou pior se ainda estiver a competir com renovável.
É um investimento pouco apetecível, quando uma central PV tem um retorno em menos de 10 anos.
Isto para não falar do problema que é quando as centrais nucleares entram em manutenção. É necessário ter uma capacidade em reserva enorme, normalmente carvão, pois não estamos a falar de uns quantos kW mas sim de MW's a saltar fora.
 
O problema do nuclear não é só o tempo que demora a ser construído é também a sua integração num sistema elétrico com grande capacidade instalada de renovável intermitente.
O nuclear quando começa a produzir não pode parar a não ser para manutenção (é não despachável), o que torna pouco compatível com um sistema elétrico que pode muitas vezes ter excedente renovável.
O capex e o tempo de construção são de tal forma elevado que o payback pode ficar em mais de 20 anos, ou pior se ainda estiver a competir com renovável.
É um investimento pouco apetecível, quando uma central PV tem um retorno em menos de 10 anos.
Isto para não falar do problema que é quando as centrais nucleares entram em manutenção. É necessário ter uma capacidade em reserva enorme, normalmente carvão, pois não estamos a falar de uns quantos kW mas sim de MW's a saltar fora.

Por norma os reactores produzem 1000mwh.
A integração é a mesma que uma central a carvão ou a gás.
É esse o trabalho da REN.
Já tinha lido sobre esse reator, a Finlândia de facto à frente, não vai mesmo precisar de energia fóssil mais na vida...

Claro que esse projeto megalómano demorou uns 15 anos a fazer, com atrasos e muitos milhares de milhões de euros (equivalente a 10 bn USD).
Percebo que digam que a energia nuclear já não é viável em Portugal pela demora na construção (~10 anos), contudo, que opções a médio prazo temos? Armazenamento de energia em baterias é uma opção, mas é uma indústria ainda a dar os primeiros passos.

De acordo com este artigo, uma bateria de 4-6 horas custará 198 USD/kWh em 2030, 149 USD/kWh em 2050, com uma projeção média. Portugal tem um consumo diário à voltar de 150 GWh. Várias baterias que totalizassem 10 GWh custariam quase 2 mil milhões USD em 2030, 1.5 mil milhões USD em 2050. Contudo, em anos de seca como é que temos energia extra de renováveis para preencher as baterias?

E ao fim desse ciclo de vida que se faz às baterias?
É bastante melhor investir-se na bombagem em barragens.
Que apesar de já termos algumas é manifestamente pouco
 
Por norma os reactores produzem 1000mwh.
A integração é a mesma que uma central a carvão ou a gás.
É esse o trabalho da REN.


E ao fim desse ciclo de vida que se faz às baterias?
É bastante melhor investir-se na bombagem em barragens.
Que apesar de já termos algumas é manifestamente pouco
Tudo tem um ciclo de vida, não é só as baterias.

Bombagem ajudava mas não completava a rede nacional em ano de seca.
 
Se pagam as rendas às termoelétricas ...... é porque pagam as rendas ás termoelétricas e está mal ..... se deixam de pagar as rendas às termoelétricas e por isso fecham .... é porque não pagam as rendas e está mal .... faz sentido pois está claro que faz.

Aplica-se o mesmo às barragens. A sua existência alaga hectares de terra, destrói ecossistemas, constrói-se sempre pela cota mínima possível. Depois, não se podem esvaziar porque é "feio" e as barragens são para manter os lagos artificiais sempre cheios e bonitos.
E a analogia podia ser feita com as eólicas e a solar.


Para quem acha que as Centrais Termoelétricas a carvão fariam alguma diferença nos preços da eletricidade, aconselho alguma pesquisa e leitura sobre como é fixado o preço da eletricidade, no mercado ibérico de eletricidade, mais conhecido por MIBEL. Só para terem uma noção, podíamos ter a central termoelétrica de Sines e Pego a produzir á potência máxima com carvão a custo zero que o preço da eletricidade seria exatamente o mesmo. Pois quem iria fixar o preço do MWh seria sempre a fonte mais cara, no caso atual as centrais a Gás.
Mas neste momento ainda seria pior pois o preço da eletricidade produzida a carvão também está brutalmente cara. Basta ver a evolução do preço do carvão, das emissões de CO2 e da eletricidade:
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Quanto ao fecho das centrais a carvão, foi o mercado a funcionar. Pura e simplesmente deixou de ser rentável.

Quanto á questão da exportação e importação, isso é meramente estatístico. Da mesma forma que o mercado de eletricidade é ibérico o sistema elétrico também o é. Teoricamente são independentes, mas cada vez mais, dificilmente um funciona sem o outro.
Aqui discordo. O que fixa o preço do MWh é a disponibilidade para produção. No início de Dezembro e no início de Janeiro (picos mais baixos do mercado) não deixou de haver produção de eletricidade a partir do gás natural. Houve foi muita entrada na rede de energia eólica, e menos produção a partir do gás.
O mesmo poderia ter acontecido em Dezembro se houvesse carvão. Se entrassem 2GWh na rede a 170€/MWh, não teríamos tido aquele pico de 400€/MWh. Nem as grandes hídricas tinham sido tão massacradas.

Relativamente à importação/exportação ser meramente estatístico, bom, então podemos importar à vontade sem termos de nos preocupar em pagar a fatura.

Por fim dizer que aquele gráfico de afluência diária, no que toca às hídricas, pertence na sua maioria à cascata do Douro. E infelizmente, é energia cujo armazenamento é baixo.
 
Já tinha lido sobre esse reator, a Finlândia de facto à frente, não vai mesmo precisar de energia fóssil mais na vida...

Claro que esse projeto megalómano demorou uns 15 anos a fazer, com atrasos e muitos milhares de milhões de euros (equivalente a 10 bn USD).
Percebo que digam que a energia nuclear já não é viável em Portugal pela demora na construção (~10 anos), contudo, que opções a médio prazo temos? Armazenamento de energia em baterias é uma opção, mas é uma indústria ainda a dar os primeiros passos.

De acordo com este artigo, uma bateria de 4-6 horas custará 198 USD/kWh em 2030, 149 USD/kWh em 2050, com uma projeção média. Portugal tem um consumo diário à voltar de 150 GWh. Várias baterias que totalizassem 10 GWh custariam quase 2 mil milhões USD em 2030, 1.5 mil milhões USD em 2050. Contudo, em anos de seca como é que temos energia extra de renováveis para preencher as baterias?
Não querendo ser impertinente e pedindo para não levar a mal o meu comentário, creio que o custo de KWh das baterias estará francamente exagerado. Atualmente as baterias mais baratas para automóveis, têm um custo de cerca de 60 € o KWh (BYD, CATL e outros) .
O uso de baterias para storage de energia, reduz os custos em pelo menos 20%, decorrente da escala da instalação e menores custos ao nível de protecção das células.
Com as melhorias da tecnologia e uso de materiais mais baratos (talvez sódio em substituição do lítio), é expectável que o custo do storage baixe para cerca de 30 € o KWh, nos próximos 3 a 4 anos.
Não que ache que o uso de baterias seja suficiente para resolver, por si, o problema da intermitência das energias renováveis, mas dará uma ajuda relevante.
As baterias também têm um papel importante para estabilizar a rede, permitindo minimizar o investimento na infraestrutura de transmissão de energia ( com grande impacto ambiental), pois permite distribuir a transmissão de energia solar ao longo de 24 horas e não apenas nas 6 a 12 horas de grande produção.
No lado das zonas consumidoras, podemos ter um benefício simétrico, se tivermos um consumo grande durante o dia, poderemos armazenar a energia em baterias durante a noite, para disponibizar durante o dia. Sei que há uns anos havia uma falta de capacidade de transmissão para algumas zonas de Oeiras que poderia ter sido mitigada desta forma.
Não sendo a tecnologia de baterias suficiente, para um país como o nosso, resolver o problema da intermitência das renováveis, poderá a solução estar no uso de hidrogénio, como storage.
É certo que há uma enorme ineficiência ao nível do hidrogénio que, pelo que tenho lido, poderá quantificar se em cerca de 70%. Ainda assim é olhando aos preços por MWh dos últimos leilões solares, parece ser uma alternativa competitiva, assim seja possível escalar a tecnologia de produção, para valore que possam substituir os cerca de 1.200 MWh que tinha a central a carvão de Sines.
Quando refiro competitivo não estou a falar dos exorbitantes preços atuais, mas coma nossa média histórica recente de 55 a 60 € o MWh
Do anterior parece que a solução correcta para Portugal será a energia produzida pelo solar, suportada em baterias e em hidrogénio ( complementada pela eólica e hídrica) . Tudo indica que a storage em hidrogénio, será viável e com custos e prazos de implementação imbatíveis.
Outros países terão outras tecnologias mais adequadas para produzir energia, por exemplo nuclear.
No final, nem nós, nem eles estarão errados, pois cada um deve procurar, sem dogmas, qual a solução que melhor se adapta ao seu caso
Deste post não deve deduzir-se que considero o hidrogénio uma boa solução para automóveis, embora possa ter alguma aplicabilidade em transportes pesados
 
Aqui discordo. O que fixa o preço do MWh é a disponibilidade para produção. No início de Dezembro e no início de Janeiro (picos mais baixos do mercado) não deixou de haver produção de eletricidade a partir do gás natural. Houve foi muita entrada na rede de energia eólica, e menos produção a partir do gás.
O mesmo poderia ter acontecido em Dezembro se houvesse carvão. Se entrassem 2GWh na rede a 170€/MWh, não teríamos tido aquele pico de 400€/MWh. Nem as grandes hídricas tinham sido tão massacradas.

Atenção que pode ser gás da cogeração.

Olhando um desses dias no caso 5 de dezembro, a produção a Gás foi toda de cogeração exceto entre as 0h e as 2h.

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Este pico do preço às 16h até parece mais devido á hídrica/bombagem. Pois como sabemos a cogeração não é PRO logo não entra no leilão.

Relativamente à importação/exportação ser meramente estatístico, bom, então podemos importar à vontade sem termos de nos preocupar em pagar a fatura.
A fatura é a mesma. Se estamos a importar e ainda temos capacidade instalada disponível é porque no leilão do mercado grossista ficou mais barato importar. Como disse anteriormente o mercado é ibérico e entram produtores portugueses e ibéricos, entram nas slots horárias quem faz o preço mais barato tendo em conta todos os fatores dos fluxos de potência possíveis nas interligações. Não por acaso que o preço da eletricidade em Portugal e Espanha é quase sempre o mesmo no mercado grossista.

Por fim dizer que aquele gráfico de afluência diária, no que toca às hídricas, pertence na sua maioria à cascata do Douro. E infelizmente, é energia cujo armazenamento é baixo.
Quanto a isto...Foz Côa ... cof cof.....
 
Por norma os reactores produzem 1000mwh.
A integração é a mesma que uma central a carvão ou a gás.
É esse o trabalho da REN.


E ao fim desse ciclo de vida que se faz às baterias?
É bastante melhor investir-se na bombagem em barragens.
Que apesar de já termos algumas é manifestamente pouco
Só aquele reator que referia da Finlândia era de 1,6MW o que representa 15% de toda a capacidade instalada. Quando entrar em manutenção vão precisar de uma enorme capacidade de reserva ou então põem em causa a segurança de abastecimento. No caso das centrais a carvão e gás tem grupos de geradores com potências muito menores de cada gerador.

Quanto à integração, quando uma central a gás ou a carvão pára tendencialmente deixa de haver queima de gás e carvão. Quando uma central nuclear pára, a reação de fissão nuclear não pára, só pára a produção de eletricidade, o dinheiro que se perde enquanto não produz eletricidade é muito elevado. Por isso é que não é despachável enquanto que o gás é despachável e o carvão não devia ser mas com muita renovável passa a ser.


Quanto ás baterias em fim de vida a solução é a reciclagem. A tecnologia já existe falta a matéria prima (baterias) em grande escala.

A bombagem é claramente muito importante, mas também sofre muito na atual situação de seca. Por isso não chega.
 
Gosto destas alegorias que vão ao encontro da 'narrativa oficial'...
Entretanto na Galiza, a Endesa reactivou recentemente uma central a carvão, sobretudo para cobrir o défice gerado por PT...
Por cá ainda não se sentiu o aumento de preços de energia na casa dos ~20% como na maior parte da Europa, mas vai chegar quando o dinheiro do 'buffer' (~600M€) se esgotar...

Isto não tem nada a ver com politiquices, infelizmente em Portugal também se importou a mentalidade norte-americana que agora é tudo político e é esquerda ou direita. Ou estás do meu lado ou és contra mim. Assim não se conseguem ter discussões saudáveis e aprender alguma coisa que é, pelo menos no meu caso, para isso que aqui ando.

Isto é uma questão de economia. O dahon já deixou ai gráficos que demonstram isso mesmo. A culpa não é do Costa nem do Passos :lol:
 
Quanto a isto...Foz Côa ... cof cof.....
Hahaha!

Bom, se é para fazer algo como no Baixo Sabor, pouco vem acrescentar à rede.

E por falar nisso, no snirh diz que estão 932hm3 na albufeira do Baixo Sabor. É verdade?
 

Portugal está a importar 30% de eletricidade​



Ou seja, andam a comprar 10 milhões de euros por dia, a importarem eletricidade, ao final do mês, dá 300 milhões de € ainda dizem que as centrais a carvão não eram rentáveis, alguém vai pagar a fatura desta brincadeira. :rolleyes:

Ainda a procissão não começou, só estão a colocar flores nos andores, vai ser uma festa.

Em 2019, o país estava em seca um 1/4 do consumo vinha do carvão.


Governo foi alertado para baixo nível de água em Castelo de Bode em janeiro​



Este governo está cheio de incompetentes nunca sabem de nada, ainda bem que deram a maioria absoluta a incompetentes.
 
Ou seja, andam a comprar 10 milhões de euros por dia, a importarem eletricidade, ao final do mês, dá 300 milhões de € ainda dizem que as centrais a carvão não eram rentáveis, alguém vai pagar a fatura desta brincadeira. :rolleyes:
Isso são contas de sumir, como se diz na minha terra.

Não posso olhar para uma noite em que paguei 50€ num jantar e assumir que gasto 1500€ por mês em jantares.
 
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