Transição Energética em Portugal

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Ministro do ambiente a atirar areia para os olhos e a demonstrar que não percebe nada de energia.

Aliás, basta pensar no seguinte:
1. A produção de energia hídrica diminuiu face ao ano passado, mas foi muitíssimo superior à afluência hídrica, por isso é que as barragens estão vazias.

2. Os 600MW de energia solar são de instalação, pico. Não se pode comparar isso a uma produção continua. Ontem a energia fotovoltaica deve ter atingido os 1000MWh pico (recorde diário). Mas em termos de produção diária não foi além dos 7GWh diários, ou seja 4-5% do consumo! Só! Logo a comparação é completamente ridícula!

3. Relativamente à importação, é completamente diferente importar o excedente nas horas de vazio, a preços bastante reduzidos, do que importar de forma contínua a uma média de mais de 200€/MWh.

Se calhar é melhor ler artigos de quem realmente percebe de energia.

 
Então e quando tínhamos mais de 20% do mix energético a vir do carvão, até éramos exportadores de energia e as barragens estavam vazias na mesma por estarmos em seca?

O carvão o ano passado foi responsável por 1.5% da nossa produção total de energia. Em 2021 694GWh vieram do carvão, não é um valor expressivo, são 4 dias de consumo de energia em Portugal.

Sobre o Mário Guedes, agora faz sentido todo este ruído em volta do carvão, ruído vindo de alguém que tem interesses na industria mineira.
 
O carvão o ano passado foi responsável por 1.5% da nossa produção total de energia. Em 2021 694GWh vieram do carvão, não é um valor expressivo, são 4 dias de consumo de energia em Portugal.
Muito cuidado com as comparações...ainda hoje o Google Photos me relembrou que andei neste preciso dia há 1 ano a tirar fotos de nascentes cársicas em máximos de 1 década...

Sobre o Mário Guedes, agora faz sentido todo este ruído em volta do carvão, ruído vindo de alguém que tem interesses na industria mineira.
Interesses/lobbies quem não os tem? Basta conhecer a génese, implementação e evolução do mercado EU ETS para perceber claramente os maiores interessados...
 
Então e quando tínhamos mais de 20% do mix energético a vir do carvão, até éramos exportadores de energia e as barragens estavam vazias na mesma por estarmos em seca?
Exemplos de Alto Rabagão e Alto Lindoso, em anos de seca e nos meses de inverno a 20%, há?
O carvão o ano passado foi responsável por 1.5% da nossa produção total de energia. Em 2021 694GWh vieram do carvão, não é um valor expressivo, são 4 dias de consumo de energia em Portugal.
São precisos 100 dias de céu limpo, (potência máxima) para produzir isso com a atual potencia instalada em solar fotovoltaica.
Como já foi referido "n" vezes não de pode comprar a potencia instalada de uma térmica (que produz de forma continua) com uma renovável. Muito menos com a solar fotovoltaica que só atingir a potencia máxima 1h por dia.
Sobre o Mário Guedes, agora faz sentido todo este ruído em volta do carvão, ruído vindo de alguém que tem interesses na industria mineira.
Interesses todos têm, agora o Ministro do Ambiente fazer esse tipo de declarações com justificações de quem não percebe patavina do assunto, é assustador!
 
Notícia de ontem.
São 88 MW de fotovoltaico que iniciam a construção na península de Setúbal, em 4 parques distintos
O maior contributo destes parques é estarem próximo dos consumidores.
Mas este ano temos muito solar fotovoltaico em construção.
Se em 2021 a participação do fotovoltaico no consumo de energia foi de 3,5% (bem acima do carvão) , é possível que este ano mais do que duplique
 
Grande notícia para a França. E para toda a Europa.


Nas secas do futuro, já sabemos com quem contar.
 
Grande notícia para a França. E para toda a Europa.


Nas secas do futuro, já sabemos com quem contar.

Bom dia,

Sim, mas o primeiro reactor EPR está em construção há mais de 15 anos (2005) e o custo até à data foi multiplicado por 4.
Penso que este anúncio é um anúncio eleitoral para as próximas eleições presidenciais em Maio.
Entre agora e o início efectivo da construção, vários presidentes irão e virão com o poder de parar.
Estou convencido de que a solução nuclear é a saída, permitindo a exploração de outras energias.
A energia nuclear é muitas vezes tomada como "A" solução pelos políticos durante os choques económicos (ver os primeiros choques petrolíferos) e criticado quando tudo vai bem.
Exemplo da Alemanha e da Bélgica.
 
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Grande notícia para a França. E para toda a Europa.


Nas secas do futuro, já sabemos com quem contar.
É preciso é que haja o tão desejado reforço da interligação da Península Ibérica com França.
 
É preciso é que haja o tão desejado reforço da interligação da Península Ibérica com França.
Não se compreende como é que se fala disso há anos e ainda não avançou. Também se falou em tempos fazer-se uma interligação entre Portugal e Marrocos.
 
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Não se compreende como é que se fala disso há anos e ainda não avançou. Também se falou em tempo de se fazer uma interligação entre Portugal e Marrocos.

A França andou a empatar umas décadas porque só lhe interessava uma capacidade suficiente para exportar alguma nuclear que lhe sobrava mas atualmente estão vários projetos em andamento, são até considerados projetos europeus prioritários.

Há uns 3 ou 4 projetos em andamento, o mais importante sofreu um atraso porque era uma conexão submarina através do Golfo da Biscaia e os cabos passavam num canhão e chegou-se à conclusão ou descobriu-se que era instável, já não me recordo dos pormenores. Tiveram que reformular tudo com um desvio do canhão para terra. Só este praticamente duplica a atual capacidade.
Spain-France submarine interconnection
This new submarine electricity interconnection through the Bay of Biscay represents a challenge that will enable the electricity exchange capacity between Spain and France to be increased up to 5,000 MW, compared to the current 2,800 MW.

De memória, o total dos projetos entre França e Espanha até ao final desta década seria alcançar uma capacidade de de 8,000 MW .


Aqui o nosso 1º ministro no mês passado a exigir no parlamento que França cumprisse a sua parte, parecia desconhecer que de facto as coisas estão finalmente a andar. Típico.

Refiro isto porque também entre Portugal e Espanha há nova interconexão Galiza-Alto Minho e apesar do nosso Ministro do Ambiente culpar aqui a Espanha,
novamente típico, o atraso de vários anos foi sobretudo nosso, por razões ambientais e orçamentais.

É fácil culpar França mas nós, Portugal, somos bem piores, seja nas ligações de energia, em desafios bem mais simples e baratos que atravessar Pireneus ou passar cabos submarinos por um Golfo, empatamos muito mais, seja na energia seja por exemplo nas linhas ferroviárias de alta velocidade ou velocidade elevada.

Sobre o carvão, sim foi um erro. O objetivo é acabar com o carvão mas mesmo que não existindo qualquer intenção de produzir mais do que não fosse residual, era importante manter uma central operacional por duas razões.

Uma de mero backup para situações extremas.

Outra de mercado, não é lá muito inteligente num mercado expulsar um concorrente sem estar ainda devidamente consolidada a alternativa.

Mesmo sem produção, apenas a sua presença, ajuda a controlar um pouco a espiral de preços, ainda mais num mercado marginalista que funciona muito bem em tempos estáveis mas em alturas conturbadas é uma montanha russa.
Isto é demasiado obvio para me alongar muito mais sobre o assunto.

Mas por outro lado, também é disparatado dizer que a falta de agua ou os elevados preços se devam a isso de forma significativa, como algumas pessoas tentaram passar recentemente.
 
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Bom dia,

Sim, mas o primeiro reactor EPR está em construção há mais de 15 anos (2005) e o custo até à data foi multiplicado por 4.
Penso que este anúncio é um anúncio eleitoral para as próximas eleições presidenciais em Maio.
Entre agora e o início efectivo da construção, vários presidentes irão e virão com o poder de parar.
Estou convencido de que a solução nuclear é a saída, permitindo a exploração de outras energias.
A energia nuclear é muitas vezes tomada como "A" solução pelos políticos durante os choques económicos (ver os primeiros choques petrolíferos) e criticado quando tudo vai bem.
Exemplo da Alemanha e da Bélgica.

Importante referir isso, muita gente não tem noção e acha o nuclear uma espécie de varinha mágica barata.

Olkiluoto 3 na Finlândia foi adjudicada em 2005 por 3 mil milhões € para entrar em funcionamento em 2009.
Entretanto passou-se mais de uma década e custou até agora pelo menos 11 mil milhões €

Flamanville 3 em França orçamentado em 3.3 mil milhões em 2007, estima-se que o custo final já passe dos 19 mil milhões €

Eu até acho bem que uma potência nuclear como a França continue a construir centrais e a gerar energia dessa forma.
Com todo o investimento que já fizeram em 70 anos, com todo o risco que já assumiram, com toda a industria, knowhow que criaram, parece-me lógico que não deitem tudo para o lixo, isso seria muito estúpido.
E os alemães estão a ser um bocado estúpidos nisto, algumas centrais podiam perfeitamente prolongar mais um pouco a vida delas até termos uma transição energética mais consolidada, parte do problema atual dos preços da energia até vem dali da Alemanha por causa disto.

Agora, não me venham é dizer que nuclear é energia barata, simples, milagrosa....
 
Para quem achar que o nuclear é o santo graal e não está exposto às alterações climáticas tais como a seca. Lembrem-se que as termoelétricas precisão de muita água sendo a nuclear a que mais precisa.

Alguns exemplos que me lembro:




 
3. Relativamente à importação, é completamente diferente importar o excedente nas horas de vazio, a preços bastante reduzidos, do que importar de forma contínua a uma média de mais de 200€/MWh.
Volto a insistir, é diferente para quem?
Para o consumidor é irrelevante. Mais uma vez volto a bater na mesma tecla, literalmente. O mercado/leilão é Ibérico vende quem faz mais barato e o preço é igual para Portugal e Espanha.


Já agora aconselho a leitura deste artigo muito esclarecedor e tem muitas das respostas ao que aqui se tem discutido
https://expresso.pt/economia/energi...sistema-eletrico-em-10-perguntas-e-respostas/

Mais este artigo de opinião do Diretor da DGEG:
https://observador.pt/opiniao/o-fantasma-do-carvao-no-esvaziamento-das-barragens/
 
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