O guia mais recente do ICN sobre flora nacional refere que várias espécies se extinguiram nos últimos milénios em Portugal, mas não refere quais.
Pus-me aqui a pensar em possíveis candidatos e peço a vossa ajuda...
- O pinheiro-de-Alepo (Pinus halepensis) está identificado como espécie nativa do Sul de Espanha, mas não aparece no guia do ICN. Será que também já terá ocorrido de forma natural no Sul de Portugal, especialmente no Algarve e Alentejo? Este pinheiro é especialmente resistente à seca e é ocasionalmente utilizado em jardinagem. Nos últimos milénios a Península passou por fases mais secas que levaram à expansão da azinheira até ao Norte de Espanha e fases mais húmidas em que houve expansão dos carvalhos para Sul. É possível que numa fase mais seca este pinheiro se tenha expandido para o ocidente peninsular, deixando bosques relíquia que foram cortados para aproveitamento da madeira.
- O Quercus patrae existe não muito longe da fronteira. Será que existiu nas serras do Norte de Portugal? A verdade é que desde o Neolítico que as nossas serras sofrem uma acção humana intensa, devido à pastorícia. Será que a espécie existiu com uma reduzida área de distribuição e foi extinta devido à acção humana?
- A faia (Fagus sylvatica), ao que parece, já regressou ao Gerês, depois de ter estado extinta em Portugal. A espécie existe em abundância em bosques no Norte de Espanha.
Não sei até que ponto os estudos com pólen fossilizado podem, ou não, responder a essas questões que levantas. Foram estudos desses que permitiram ter a certeza que o Pinus sylvestris já foi espontâneo na Serra da Estrela (tendo-se depois extinto, até muito recentemente ter sido reintroduzido pelos serviços florestais).
Tanto quanto sei, nem sempre é possível chegar à espécie através da análise polínica. Uma coisa é certa, muitos pontos do Algarve reúnem condições do ponto de vista teórico para pensar que o pinheiro-de-alepo já possa por cá ter existido, tal como o Gerês tem as mesmas condições naturais das zonas montanhosas do norte de Espanha onde cresce a faia e o Quercus petraea. O mesmo se pode pensar do freixo-europeu (Fraxinus excelsior), só para dar mais um exemplo...
Esta espécie, o barrete-de-padre (Euonymus_europaeus) é rara e tem uma distribuição restrita ao nordeste transmontano. Contudo, é possível que no passado possa ter tido uma distribuição mais extensa no Norte e Sul de Portugal.
O potencial da espécie para uso em jardinagem e espaços públicos é enorme.
Já tinha lido em tempos algo relacionada com esta espécies, e já me tinha perguntado se a mesma ainda existia, por cá em Portugal, o mesmo se passa com o sabugueiro, tenho percorrido muitas linhas de água, pelo distrito de Santarém, principalmente, e ainda consigo contar esses mesmo exemplares, pelos dedos de uma mão, e quando os avisto, são exemplares isolados, pois queria fazer centenas e estacas, para plantar, é uma arbusto autóctone, com muito potencial, e que muito contribui para a biodiversidade.
No Algarve conto pelos dedos das mãos os locais onde há algumas espécies. Basta um incêndio ou uma limpeza de terrenos para haver extinções regionais. A situação de algumas espécies e gravíssima!