Penso que a regeneração da Floresta algarvia vai ser lenta atendendo à gravidade do incêndio a que se assistiu, sendo que os primeiros animais a instalarem-se novamente na área ardida serão primeiramente os insectos como por exemplo as aranhas e com elas todo o resto, mas claro, vai levar o seu tempo. Espero que a fauna algarvia tenha tido tempo de fugir a esta calamidade de grandes proporções, porque caso contrário, além da perda da diversidade da flora perde-se também a diversidade da fauna o que pode ser de facto lamentável. Em relação a espécies arbóreas, há estudos que dizem que o sobreiro até tem boa capacidade de regeneração. Mas a meu ver o grande combustível e fonte perigosa para estes incêndios, são os pinheiros e os eucaliptais.
Na Madeira a regeneração das matas de pinheiros, eucaliptos e acácias que foram queimadas também terá o seu tempo, mas penso que esses hectares queimados podem igualmente estar mais ou menos comprometidos quando chegar o inverno devido à erosão provocada pelas chuvas. Espero estar errado quanto a isso. Gostaria era que alguém da Madeira me informasse que tipos ou espécies de animais é que habitam (habitavam) as matas da Madeira àquela altitude.
Por último aqui nos Açores estes incêndios florestais pura e simplesmente não existem e são sempre raros ou até mesmo nulos, já que a floresta açoriana é uma floresta de nuvens, localizada a altitudes elevadas nas zonas mais húmidas dos Açores. A floresta natural açoriana, é constituída principalmente por Faiais, Florestas Laurifólias, Florestas de Azevinho, Zimbrais e Ericais, (não existindo pinheiros ou eucaliptais como em algumas zonas da Madeira e Continente), que acompanhadas por algumas plantas invasoras só se propagam bem em zonas húmidas como é o caso da conteira (Hedychium gardnerianum) onde as árvores conseguem reter muita humidade, criando no solo grandes tapetes de musgos, limos, liquenes e outras espécies arbóreas típicas desse tipo de Floresta, associadas a condições de extremo encharcamento e de abrigo,e em meios onde a precipitação anual é sempre elevada, juntando-se outros valores de precipitação oculta, e em solos permanentemente encharcados, daí que os Açores sejam uma má escolha para qualquer amante de piromania. Os poucos pinheiros e eucaliptos existentes nos Açores situam-se a cotas muito mais baixas e alguns em zonas de pastos e cerrados, mas mesmo que se tentasse principiar um incêndio a essas altitudes, o mesmo teria pouca duração de vida porque os típicos muros rendilhados de pedra dos Açores e que dividem as parcelas e as sebes açorianas, constituem uma defesa máxima contra este tipo de incêndios, sem falar que o fogo não iria surtir efeito em pastagem verde.
Em jeito de conclusão e em relação aos incendiários, penso que as matas deveriam ser fortemente patrulhadas sem faltar a questºao das limpezas que fazem logo toda a diferença. Há tanta gente no desemprego em Portugal e que vivem de subsídios do Governo. Porque não dar utilidade a esta gente toda ocupando o seu tempo livre a limparem as matas? Assim quem sabe tornavam-se mais úteis à sociedade. A floresta é de todos e como tal todos devem de dar o seu contributo para a sua salvaguarda e protecção, e não só os bombeiros.
A justiça deveria de ser mais severa nestas situações, aumentando o limite da pena a cada incêndio florestal, porque já soube de casos no Continente que muitos incendiários ficam com pena suspensa depois de serem detidos, e outros mais que continuam livres, tornando-se verdadeiros perigos para a sociedade!
Cumprimentos!