É tudo relativo, meu caro!
O que nós observamos (trajectos, intensidades) é apenas uma realidade aparente, uma média de variáveis globais num sistema caótico. Aparentemente uma depressão desloca-se, ganha força, perde-a, parece preferir certos trajectos, parece gostar mais de depressões vizinhas do que de anticiclones, mas é tudo aparente!
Personificando uma depressão, do ponto de vista desta, tudo são pressões relativas! Pode efectivamente aparecer uma depressão no interior de um anticiclone, ela não terá que ser "depressão" apenas por estar a menos 1016mbar! Ou de outra forma, se uma depressão A com 968mbar se depara com uma depressão B a 996mbar, então do ponto de vista da depressão A, a depressão B é um anticiclone (é um pouco assim, não fosse o sentido de circulação claro).
Eu imagino os Anticiclones como se fossem claras de ovo, densas, enquanto que as depressões passam entre eles, forçando-se mutuamente (mas perdendo força) até que encontram um caminho melhor por onde passam mais rápido.
Mas até o trajecto, pode não ser definido pela velocidade linear que a depressão leva, embora as depressões sejam formadas num dado local inicial (onde houve condições para se formar), no seu trajecto ganham e perdem força (alimentam-se e esvaziam-se) dando por vezes a sensação de mudar de trajecto, quando nem sempre é o caso, apenas engordam ou emagrecem dando a sensação de mudar o seu centro geométrico.
Quanto à estabilização da atmosfera, é um pouco como o proverbio popular "depois da tempestade vem a bonança", é daquelas verdades absolutas, isto acontece porque a atmosfera é dinâmica, está viva, isto acontece porque há troca de calor nos oceanos, nas várias camadas da atmosfera, porque a Terra roda, porque tem movimento de inclinação, porque é redonda (diferentes taxas de insolação e intensidade de radiação), porque existe noite e dia, porque existem diferenças térmicas que provocam variações na pressão e geram ventos, brisas.. E até porque as borboletas batem asas!
Tudo é caótico, mas de alguma forma organizado. De uma coisa tenho a certeza: se depois da tempestade vem a bonança, então depois da bonança vem a tempestade!